PROTEÇÃO AUDITIVA – DIGA LÁ COMO É …

Proteção AuditivaO ouvido humano é o órgão responsável pela nossa audição e pelo nosso equilíbrio. É um sistema extraordinário que permite a deteção de sinais sonoros com frequências entre cerca de 20 Hz e 16 000 Hz e a distinção de sons musicais dentro de uma gama de qualidade muito extensa.

É também um dos órgãos mais afetados pelo ruído, nomeadamente em ambiente laboral, desenvolvendo perda auditiva que, com facilidade, pode tornar-se irreversível. O trauma acústico ocupacional ocorre basicamente de duas formas: o ruído de impacto, que pode causar um dano físico às estruturas do ouvido, em particular a rutura do tímpano provocando perda auditiva temporária; o ruído contínuo, em que vai ocorrendo um progressivo desgaste dos recetores que conduzem o sinal sonoro ao cérebro pelo nervo auditivo, ocasionando perda da audição progressiva e irreversível.

O ouvido “não se acostuma” com o ruído. A perda auditiva induzida pelo ruído é progressiva, pode tornar-se permanente e é causada por exposição prolongada a ruídos de intensidades elevadas. De maneira geral ela é caracterizada por declínio na perceção de altas frequências e dificuldade em reconhecer esses sons, incluindo conversação, sinais e alarmes. Se o trabalhador já tem alguma perda, utilizar os protetores é mais importante do que nunca, para prevenir perdas adicionais. A alegação de que ele está “acostumado com o ruído” pode ser um sinal de que o trabalhador já tem alguma perda auditiva e necessita de uma avaliação audiométrica.

O ruído não só pode causar perda auditiva, como constitui também causa de afetação das comunicações, da segurança e do desempenho no trabalho. Como consequência, o recurso aos equipamentos de proteção individual auditiva tem vindo a aumentar. O protetor auditivo atenua as intensidades dos ruídos para valores que permitem ao trabalhador ainda ouvir sons que ele precisa ouvir, sem, todavia, o risco da ocorrência de perda de acuidade auditiva em consequência da exposição ao ruído.

O uso de protetores individuais constitui causa potencial de incomodidade, que se torna efetiva para muitos trabalhadores, sendo frequente também a ocorrência de queixas com referência a que o uso de equipamentos de proteção individual auditiva impede a audição ouvir sinais de alerta ou de perigo. A fim de assegurar a melhor e mais confortável adaptação, deve-se oferecer aos trabalhadores a possibilidade de escolha entre diversos equipamentos, o que inclui tamanhos, formas e materiais diferentes, bem como níveis de atenuação para acomodar tanto as preferências pessoais como as aplicações específicas. Além disso, deve-se incluir os trabalhadores no processo de seleção que possam incentivar a aceitação e conformidade no dia-a-dia do trabalho.

Dada a diversidade de equipamentos disponíveis e de ambientes acústicos, a seleção dos protetores auditivos deverá ter em conta aspetos diversos, nomeadamente: – o tipo de ruído a que o utilizador está exposto, necessidade de comunicação verbal, as características do ambiente (temperatura, existência de poeiras ou de quaisquer outros agentes agressivos), eventuais reações de rejeição por parte do utilizador.

Pelo que se apontou, os protetores auditivos deverão ser usados somente como medida de recurso, nos casos em que outras medidas de redução da severidade da exposição não sejam de facto viáveis técnica ou economicamente.

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About Carla Alves

Carla Alves, Licenciada em Engenharia Civil pela Universidade da Beira Interior. Engenheira Civil Efectiva da Ordem dos Engenheiros. Faço projectos de especialidade de Engenharia Civil com freelancer e estou à procura de um emprego em Engenharia Civil.

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