O Homem pensa! O Homem fala! Modos equivalentes de “nos descrevermos”, Pelo ritmo de percussões e silvos a criatura pré-antrópica terá ganho humanidade e a escuta terá deixado de ser pura vigilância para tornar-se apreciadora da criação.
Entende-se justificada a importância da componente acústica na conformação ambiental e da importância da sua análise, tendo-se presente, para além do aspeto referido atrás, que a sensibilidade muito elevada do ouvido humano (herança genética, justificada pela evolução da espécie) implica que as potências postas em jogo nos fenómenos acústicos sejam muito reduzidas. Daqui deriva a necessidade de atenção particular ao detalhe, que deverá caracterizar a prática da Engenharia Acústica, a traduzir-se nas implicações, em termos de ligações em fase de projeto, com outras Especialidades.
Projetar é construir “virtualmente”, modelar, seja por via analógica ou por via digital. O desenvolvimento experimentado pelos meios automáticos de cálculo fornece base para o desenvolvimento de técnicas de modelação digital, de utilização pode dizer-se que banalizada em engenharia e quase obrigatória no âmbito da Engenharia Acústica. As técnicas de modelação utilizadas podem traduzir aproximações diferentes à “realidade” em perspetiva, seja na caracterização dos campos sonoros na envolvência dos edifícios, na estimação das características dos isolamentos sonoros entre espaços, na apreciação da reverberação, na estimação das condições de inteligibilidade para a transmissão de mensagens com suporte sonoro e em quaisquer outros aspetos que se afigure deverem colocar-se.
O Projeto constitui uma representação apriorística da Obra, propiciando análise prospetiva de desempenho, com complexidade e conteúdo informativo diversos.
A modelação constitui uma reinterpretação esquematizante do real, mediante a polarização em parâmetros e variáveis chave. O modelo é uma ferramenta que tem o seu domínio específico de aplicação, e que só poderá ser útil (e muito!) se quem o utiliza tiver uma perceção clara dos limites do seu domínio de pertinência. O projetista é utilizador do modelo, não é o modelo que poderá ser um ”condutor” do “projetista”. O que, parece, nem sempre é entendido e daí que haja quem procure “modelos” que possam transformá-lo num projetista. Na situação em referência: a agulha (diz-se) não faz o alfaiate e …”infelizmente” o modelo não faz o projetista, nem na Engenharia Acústica nem na Engenharia em sentido lato…
Na época do pronto-a-usar há quem adquira dissertações de doutoramento (depois de, sabe-se la como, ter “adquirido” licenciaturas e mestrados…) porque não, então, pensar que, em supermercado real (ou online), poderá adquirir software que, conjugado com noções mais ou menos “embrulhadas”, adquiridas em “curso” de poucas horas e diploma vistoso, permita conduzir o processo… até à almejada faturação! Talvez seja uma manifestação do chico-espertismo nacional que José Gil tão bem descreve no seu “Em busca da identidade”…
Um Projeto bem elaborado é condição necessária para que a Obra, bem executada, possa vir a satisfazer.
As diversas áreas da engenharia apresentam especificidades próprias que, obviamente, terão de ser “dominadas” para a realização dos projetos que as interessam.
É assim, também, na Engenharia Acústica.
Haverá, sem dúvida, que ter conhecimento adequado dos fenómenos físicos em causa na propagação sonora e no estabelecimento de campos sonoros em recintos, mas não é suficiente…
Haverá que conhecer as técnicas de modelação que permitirão prospectivar desempenhos, no fundo a essência da atividade de projetar. Conhecimento que se traduz não só no modo de aplicar tais técnicas como no dos domínios de pertinência respetivos, o que não será suficiente…
Haverá que ter conhecimento do quadro legal aplicável, conhecimento da “letra” e do “espirito” dos requisitos em causa, mas não é suficiente…
Será preciso isto tudo e…mais algo, difícil de enunciar, que se poderá nomear como “sensibilidade prática”. Ou seja, a apropriação dos conhecimentos das diversas áreas que, com generalidade, se apontaram deverá ser complementada (e isto é absolutamente essencial!) com uma capacidade que permita estabelecer um processo de integração dos conhecimentos em causa.
O profissional em Engenharia Acústica deverá, em consequência, reunir as características seguintes:
a) Experiência profissional consolidada, que permita encarar as questões numa perspetiva de integração sistémica e de atenção ao detalhe;
b) Conhecimentos de natureza teórica e aplicada da física dos fenómenos ondulatórios, considerando a propagação na atmosfera e em meios elásticos, não necessariamente gasosos;
c) Conhecimento do referencial legal que enquadra a atividade, bem como de requisitos de natureza normativa ou outros que devam ser tomados em conta na abordagem de cada uma das questões que tenha de encarar;
d) Conhecimento dos equipamentos de medição utilizados na área específica em que exerça a sua atividade, com profundidade suficiente para saber organizar ações de medição e interpretar os resultados que delas receba.
E isto…já será de mais para se encontrar em supermercado o equivalente ready made. E ainda bem, para que, para além de licenciados ou… de supermercado não viéssemos a ter engenheiros, com proveniência idêntica.
Diz a sabedoria popular que a virtude está no meio do termo. Apontámos os males dos “8” mas a virtude não estará nos “80”, isto é, em exercícios de conhecimento virtuosista, que arredem o bom senso, conduzindo a resultados herméticos, a priori apenas acessíveis a iniciados, afigura-se com esquecimento de uma fase fundamental do processo que é a transmissão à Obra.
Atente-se, pois, à tal boa regra da localização da virtude, isto é, que o projeto apresente o necessário e o suficiente.
E assim ter-se-á um instrumento útil para a boa realização da Obra em sentido global: funcional e económico.
DIGA LÁ, DIGA LÁ COMO É…
É verdade que, nos auditórios, em particular nos tetos, devem evitar-se superfícies planas extensas?
De facto, uma superfície plana extensa pode dar origem a uma reflexão especular, um pouco como um espelho a refletir a luz do Sol e, tal como esta luz assim refletida pode encandear, a reflexão sonora na superfície em causa pode criar distorção de intensidade nalguma área da audiência. Assim, devem preferir-se superfícies convexas, eventualmente com “irregularidades” que possam contribuir para a difusão do som, logo ajudando a estabelecer maior homogeneidade nas características dos campos sonoros estabelecidos na zona ocupada pela assistência.
ULTRASSONS PARA APANHAR PEIXES?
O Sonar, do inglês Sound Navigation and Ranging, é um instrumento auxiliar da navegação marítima. Este sistema inicialmente empregado na localização de submarinos é, hoje em dia, também usado no estudo e pesquisa dos fundos dos oceanos e na pesca, para a localização de cardumes.
O princípio básico de funcionamento do Sonar é a emissão de ultrassons por um aparelho colocado nos navios, acoplado a um recetor de som. O som emitido propaga-se na água, reflete-se no fundo dos oceanos ou nos objetos (por exemplo, peixes), retorna e é captado pelo recetor, que registra a variação de tempo entre a emissão e a receção do som, a partir do que é determinada a distância e a velocidade do objeto. Na utilização para a localização de cardumes, recolhe-se não só informação acerca desta localização como das dimensões do cardume e do tipo de peixes em causa.
E não só na captura de peixes, mas, também, para apanhar a “dor”, os ultrassons têm campo vasto de aplicação, devendo, ainda, sublinhar-se que este campo de aplicações na área da medicina é bastante mais alargado, seja no diagnóstico ou na terapêutica.
DO MUNDO DA ACÚSTICA
GUSTAV MAHLER
Gustav Mahler (nascido em Kalischt, Boêmia – Império Austro-Húngaro – atualmente República Checa, a 7 de julho de 1860, morre em Viena, 18 de maio de 1911) maestro e compositor, considerado como um dos maiores compositores lembrado por ligar a música do século XIX com o período moderno, e pelas suas sinfonias e ciclo de canções sinfônicas, como, por exemplo, Das Lied von der Erde (A Canção da Terra). É considerado também um exímio orquestrador, por usar combinações de instrumentos e timbres que expressassem as suas intenções de forma extremamente criativa, original e profunda. As suas obras, principalmente as sinfonias, são geralmente extensas e com orquestração variada . Mahler procurou romper os limites da tonalidade, posto que em muitas das suas obras há longos trechos que parecem não estar em tom algum.
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