NÃO COMPRE RUÍDO!!!

Os que acham o silêncio insuportável é porque têm demasiado ruído dentro deles.
Robert Fripp
Ou, se pretendermos aproximar pela positiva: compre silencioso…
O ruído dos equipamentos representa impacto sério sobre a qualidade de vida e a saúde de parte elevada da população que se queixa do ruído. Nos países qualificados de “emergentes” a situação assume gravidade particular com o acréscimo da população e da capacidade de aquisição de mais equipamentos, destinados a utilizações diversas e que, em verdade, conduzem a um mundo que globalmente se vai tornando mais ruidoso.
E sublinhe-se que, nos últimos três decénios, foram conseguidas vantagens significativas que se traduzem, grosso modo, por redução de cerca de 20 dB para potência constante, em equipamentos diversos e de cerca de 10 dB para veículos automóveis; logo o acréscimo do número de fontes compensou largamente os ganhos conseguidos mediante técnicas inovadoras.
É sabido que tem ocorrido uma proliferação de políticas contra o ruído. No entanto, constata-se que, muitas vezes, não foram aplicadas ou não o foram de modo completo e, na maior parte dos casos, referem exigências relativas à proteção na receção, sem fixarem critérios exigenciais em relação à emissão, isto é, em relação às fontes origem dos ruídos.
Considerando o que se referiu atrás, há que ter presente que o ruído que atinge um recetor depende não apenas do número, localização e funcionamento de todas as fontes impactantes mas, também, das vias de propagação entre os emissores e o recetor em causa, o que torna complexa a destrinça de responsabilidades e a tomada de disposições corretivas, quando a sua necessidade se faça, eventualmente, sentir. Assim, é bem aparente a vantagem de políticas de limitação das intensidades de ruídos nas fontes, políticas estas muito eficazes e, em regra, menos onerosas do que as correspondentes à situação mais comum, que se referiu atrás: mudar o silenciador dos escapes dos veículos será bem menos oneroso do que aumentar os isolamentos das fachadas dos edifícios da via onde eles circulam,…
Aliás, se, na generalidade dos fatores de poluição se opta por controlos na emissão, porque não fazer o mesmo em relação ao ruído?
Os cidadãos comuns, no fundo em torno dos quais tudo isto “gira”, são, em regra herméticos aos conceitos de acústica e à estruturação de regulamentações afins, mas podem ter papel fundamental no que respeita à redução das intensidades dos ruídos de equipamentos que utilizam, simplesmente optando por aqueles que sejam menos ruidosos… Espera-se, complementarmente, que as autoridades coloquem a obrigatoriedade de etiquetagens mais elucidativas no que respeita às emissões sonoras e que os vendedores escolham optar por campanhas promocionais que tenham, também, o ruído em conta….

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About Carla Alves

Carla Alves, Licenciada em Engenharia Civil pela Universidade da Beira Interior. Engenheira Civil Efectiva da Ordem dos Engenheiros. Faço projectos de especialidade de Engenharia Civil com freelancer e estou à procura de um emprego em Engenharia Civil.

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